sexta-feira, 26 de março de 2010

Terapia de !Runners dá alta para o público

Uma moça tímida, um rapaz agressivo, um iniciante e egocêntrico escritor (algum não será egocêntrico?), uma pálida filósofa e um estudante de medicina (mal) casado com uma gostosa (que chegou mais tarde), eu e outros calados. Todos em torno do analista. Assim foi a sessão de !Runners, ontem no Espaço Cênico. Como será hoje não sei, pois esta peça (ou terapia?) apresentada pelo grupo carioca Proposta A6, assinada por Cristina Teixeira, abre espaço para novos participantes.

A roda é de uma conversa no palco, sem paredes ator-plateia. Misturado ao elenco, o público desconhece no início quem ali vai representar. Há um texto, uma linha já traçada, mas o jogo de !Runners explicita uma brecha: se algum espectador tomar à frente, falar de si, os atores "reais" vão (e terão que) aturá-lo.

A desconfiança de que !Runners limita-se a uma peça teatral disfarçada de terapia é enterrada com nada previsível reviravolta de papéis. Ontem, não sobrou um porto seguro. Mais eu não conto. De !Runners periga você receber alta de um ótimo grupo de atores (a começar pelo “analista-condutor” Marcio Augusto) e constatar que, por mais real que seja, a confissão em público é também um teatro.

!Runners tem sessões hoje (27, 15h) e amanhã (28, 15h) no Espaco Cênico (Paulo Graeser Sobrinho, 305 - Mercês).

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