sábado, 20 de março de 2010

O Esquema diverte, mas eu quero mais Alcione

Ayrton Baptista Junior

Especial para o Bem Paraná

Chama-se O Esquema, mas sugiro que o ator e autor Diego Fortes mude o nome desta comédia, a nova da companhia Armadilha, para Alcione ou O Carro Não Compensa (já explico o porquê). Título à parte, quem cair nesta armadilha tem boas chances de rir.

Dois sujeitos que ganham a vida fantasiados de bichos em eventos, um assaltante, uma senhora desiludida (destaque para a atriz Jussara e uma radialista de conselhos sentimentais são os personagens. No início, eles são dispostos como em esquetes, parecendo não pertencer à mesma trama.

Na lógica de O Esquema, o carro é a dor de cabeça de quem não pode pagá-lo e também o que levará mais cedo ao serviço quem adoraria chegar mais tarde. Enfim, uma desgraça motorizada.

E a Alcione com isso? É ao repertório da cantora que dois personagens, não na mesma cena, recorrem. E esta libertária de emoções, a Alcione, poderia ser ainda mais explorada, pois é um ótimo contraponto ao ambiente de balada tecno que permeia sonora (DJ Selector Z, ao vivo) e visualmente a peça.

O Esquema diverte. Só o que complica (um pouco) são as pausas do diálogo central, o dos fantasiados, para a fala da radialista. Ainda que esta personagem intervenha decisivamente, mais adiante, a alternância quebra o bom ritmo. Nada, porém, que o samba da Alcione não possa consertar.

O Esquema, montagem da companhia Armadilha, de Curitiba. Teatro Universitário de Curitiba (galeria Julio Moreira, s/nº). Dias 21 (14h), 22 (17h) e 23 (14h). Ingressos a R$ 12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário