sábado, 20 de março de 2010

Perfídia, a radionovela surrealista

Sob o gentil patrocínio da companhia Fé Cênica, sobe ao palco a comédia Perfídia Quase Perfeita, uma celebração da radionovela dos anos 50. Atenção, caros ouvintes! Não se trata apenas de uma volta ao passado. Perfídia é uma comédia surrealista!

Aonde quer que cheguem as ondas da PRC-6, um casal não discute a relação (isto só entraria em vigor nos anos 60), mas sobre qual deles dois morreu: ele ou ela? No intervalo desta mórbida trama, o mesmo e hilário dueto de atores (Geraldo Machado e Claudiane Carvalho) diverte ao anunciar os patrocinadores, intercalados com a animação do locutor-padrão da rádio (Claudio Marinho).

Os ouvintes mais escolados no cancioneiro romântico brasileiro percebem, nas falas dos canastrões, trechos de clássicos, como Negue, de Adelino Moreira, e Meu Mundo Caiu, de Maysa. Bem bolado! Porém, aqui reside um perigo: quem desconhece estas canções não acha graça. Costurar as antigas citações com algumas mais recentes, tipo Roupa Nova ou Zezé di Camargo e Luciano, é uma sugestão, meu caro Carlos Correia (autor da peça).

Mas... ora, ora, ora! Não é porque fiz um reparo, que vou o cortar divertimento dos ouvintes. O melhor ainda está por vir! Telefone no ar e... quem está na linha? A mãe de um dos personagens, indignada com o rumo da história. É ou não é surreal, ouvintes?

Perfídia Quase Perfeita, da companhia Fé Cênica-SP, foi apresentada no Teatro Lala Schneider, entre os dias 18 e 20 de abril.

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